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Tecnologias

Redes sociais que bombaram nos anos 2000 – Parte 2

Se na primeira parte dessa série relembramos clássicos como Orkut, MSN e MySpace, agora é hora de mergulhar ainda mais fundo na memória digital e descobrir outras redes sociais que também deixaram sua marca na vida dos brasileiros dos anos 2000.

Muito além das comunidades e dos emoticons piscando, essa nova leva de plataformas trouxe formas inéditas de se expressar: de vídeos caseiros que se tornaram virais a conversas que permitiam uma conexão mais direta, mais pessoal e até divertida. Se algumas redes apostavam em estética, outras focavam na criação de conteúdo, na paquera online ou até na vontade de escrever sem filtros para quem quisesse ler.

Quem nunca passou horas na lan house, navegando sem pressa, trocando mensagens com os amigos e atualizando aquele perfil que só existia online? Se você lembra desse tempo, esse post vai te levar de volta a um dos períodos mais marcantes da internet.

YouTube (2005 – atualmente)

Youtube application screengrab
Photo by Christian Wiediger, Unsplash.

Criado em 2005, o YouTube chegou para mudar tudo. Pela primeira vez, qualquer pessoa com uma câmera podia subir vídeos para a internet. E o Brasil embarcou rápido nessa onda. Nessa época, surgiram clássicos como Sanduíche-iche, Tapa na pantera e os primeiros vlogs caseiros, gravados no quarto com luz estourada e som chiado.

O YouTube também abriu caminho para a geração dos youtubers, muito antes de virar uma profissão com ring light e microfone profissional. Era autêntico, amador e incrivelmente divertido.

Funções marcantes:

  • Upload de vídeos

  • Canais e assinaturas

  • Comentários e vídeos relacionados

Curiosidade:

O primeiro vídeo da história da plataforma, Me at the Zoo, foi publicado em 2005. Um ano depois, o Google comprou o YouTube. Hoje, parece impossível imaginar uma internet sem ele, mas tudo começou com vídeos improvisados e sem roteiro.

Blogger / Blogspot (1999 – atualmente)

Blogger Review: Features, Pros & Cons – Forbes Advisor
Logo do Blogger. Photo by Forbes, reprodução da web.

Enquanto alguns preferiam fotos ou vídeos, outros usavam palavras para se expressar. Os blogs pessoais, criados em plataformas como o Blogger (ou Blogspot, como ficou conhecido no Brasil), eram verdadeiros confessionários digitais.

Ali, adolescentes e jovens despejavam pensamentos, crônicas, poemas, contavam segredos, compartilhavam playlists, davam conselhos amorosos ou comentavam a vida dos famosos. Era tudo muito pessoal, meio desajeitado e por isso mesmo, incrível.

Funções marcantes:

  • Publicação de textos (longos ou curtos)

  • Layouts customizados com HTML e glitter

  • Comentários de leitores e seguidores

Curiosidade:

Muita gente aprendeu HTML básico só para personalizar o blog: colocar uma barrinha de rolagem rosa, contador de visitas ou música que tocava sozinha. O Blogger ainda existe, mas hoje vive no cantinho da nostalgia, como uma gaveta cheia de cartas antigas.

Badoo (2006 – atualmente)

Logo oficial do Badoo.
Logo oficial do Badoo. Photo by reprodução da web.

Sim, o Badoo ainda existe, mas nos anos 2000, ele era praticamente sinônimo de paquera online. Diferente do Orkut, que tinha um foco mais voltado à amizade e comunidades, o Badoo já chegou com uma proposta mais direta: facilitar o encontro entre pessoas, sejam para amizade, namoro ou até simples bate-papo.

Nesse contexto, foi um dos primeiros sites a misturar rede social com flerte, usando localização e afinidades para aproximar usuários. No Brasil, assim como em outros países da América Latina e até na Europa, o Badoo virou febre entre quem queria sair da bolha do Orkut, conhecer pessoas novas ou simplesmente bater um papo sem compromisso.

Funções marcantes:

  • Perfis com foco em relacionamento

  • Sistema de curtidas e mensagens diretas

  • Busca por localização e interesses

Curiosidade:

Durante muitos anos, o Badoo foi uma das redes mais acessadas no Brasil. Embora tenha perdido espaço para aplicativos como Tinder, ele continua ativo e adaptado aos novos tempos. Mas quem usou lá atrás, lembra bem da sensação de “adicionar alguém só porque apareceu perto de você”.

A evolução da cultura digital

Na primeira parte dessa série, revisitamos redes sociais que nasceram do desejo de se conectar com amigos. Mas nesta segunda parte, mergulhamos em redes que tinham outro sabor: o da expressão pessoal, da criação de conteúdo e da vontade de compartilhar o que a gente sentia, pensava ou queria mostrar pro mundo.

Do texto espontâneo do Blogger aos primeiros vídeos caseiros no YouTube. Do flerte direto no Badoo à troca de ideias e descobertas pessoais. Essas plataformas fizeram parte da rotina de milhões de brasileiros e, de alguma forma, ainda estão vivas, seja na memória ou na maneira como moldaram as redes sociais de hoje.

Se você está curtindo essa viagem no tempo, não perca a primeira parte dessa série, onde exploramos os clássicos que marcaram o início de tudo, como o Orkut, MSN e MySpace. Clique aqui e mergulhe na história que moldou a internet de hoje.

Amália Andrade é graduanda em Oceanografia. Apaixonada por embarques científicos e pelas possibilidades que surgem no mar e na escrita, colabora com conteúdos diversos no blog, unindo informação e curiosidades.